Jack é e sempre será eterno, pelo menos enquanto houver um único ser que se levanta e olha para a vida de cabeça erguida e não se conforma e quer ser feliz e quer ser livre e quer cantar e se esbaldar e amar e viajar e ouvir música e caminhar a noite toda conversando e curtindo e transando as pessoas... e enquanto existirem pessoas que, como nas palavras do próprio Kerouac: "... estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam ou dizem chavões, mas queimam, queimam, queimam...", seu espírito estará vivo.
Dylan sacou o que seus predecessores beats quiseram dizer e não se dobrou, não aceitou os rótulos que tentaram impor a ele, NUNCA. Não se dizia poeta, nem cantor folk, nem roqueiro, cagou pra tudo e seguiu a estrada, pé na estrada, amigo, não temos tempo a perder, a viagem continua, parecia nos dizer nas entrelinhas.
A vida foi uma longa viagem para Jack e para Allen e para Neal e para Burroughs e ainda é uma grande viagem para Bob Dylan. Enquanto houver mochileiros e cabeças sonhadoras e amor e criatividade e vontade, eles estarão conosco, vivos, no ar como arte acessível e combustível necessários; e sempre nascerão novos Dylans para cantar e trazer sentido e espalhar beleza.
Dylan está aí, diferente, mutante – sempre, agora pinta, escreve sem parar, viaja e sua música ainda encanta, sua simplicidade assombra e seu alcance parece não ter fim. E nós podemos viajar também, na estrada real e na estrada do imaginário, na música, na pintura, nas coisas simples e por isso mesmo eternas... e assim continuaremos sendo humanos e livres.
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